Instalando servidores Debian e Ubuntu 2

Debian é provavelmente a distribuição mais utilizada em servidores

Mesmo descontando suas inúmeras derivações, o Debian é provavelmente a distribuição mais utilizada em servidores. Isto pode soar estranho para quem está acostumado a ler notícias sobre as distribuições usadas em desktops, onde o Debian puro tem um número relativamente pequeno de usuários, mas,

a principal questão é que, embora não ofereçam muitas das facilidades encontradas em outras distribuições, as versões estáveis do Debian são quase que ideais para uso em servidores, pois o sistema é muito estável, possui um histórico de segurança muito bom, os repositórios incluem um conjunto incrivelmente completo de pacotes e você pode manter o sistema atualizado com pouco esforço utilizando o apt-get.
As novas versões estáveis recebem atualizações de segurança por um período bastante longo após o lançamento, em torno de 3 anos ou mais, período equivalente ao lançamento de duas novas versões estáveis.

Você tem ainda a possibilidade de atualizar o sistema diretamente para uma nova versão utilizando o apt-get. Um servidor configurado em 2007, onde foi instalado o Etch (Debian 4.0), por exemplo, poderia ser atualizado diretamente para o Lenny (5.0) usando o apt-get. Atualizações de uma versão para outra são um pouco mais problemáticas, mas normalmente é muito mais rápido do que reinstalar todo o sistema.

Em primeiro lugar, o Debian é composto por três versões, desenvolvidas simultaneamente. A versão stable é a versão recomendada para uso em servidores, um sistema muito estável, que recebe apenas atualizações de segurança e correções de bugs, o que garante um sistema extremamente seguro e atualizações indolores.

Em seguida temos a versão testing, que é um “beta” da próxima versão estável, ainda em fase de desenvolvimento. Em junho de 2008, por exemplo, a versão stable é o Etch (4.0) e a versão testing é o Lenny (5.0) que deve ser finalizado entre setembro e outubro. Quando o Lenny for finalizado, ele passará a ser a nova versão estável.

Em seguida, temos o unstable, que é uma eterna versão de desenvolvimento, onde novas versões dos pacotes são incluídas em uma rápida sucessão. Ao utilizar o unstable, você tem acesso às versões mais recentes de todos os pacotes, mas sem garantia de estabilidade. Um número surpreendentemente grande de usuários utiliza o unstable (ou distribuições baseadas no repositório) em seus desktops, mas ele não é, naturalmente, uma boa opção de uso em servidores. Afinal, em um servidor não te interessa ter instalada a última versão do Apache, Squid ou Samba, mas sim uma versão que funcione e não tenha brechas de segurança. 🙂

Novas versões estáveis do Debian são lançadas a cada 18 a 24 meses, o que acaba sendo mais um ponto positivo, já que você não precisa atualizar seus servidores tão frequentemente. Dentro deste tempo, você recebe as atualizações de segurança, que são o que realmente importa no caso dos servidores.

Quando uma nova versão estável é lançada, a anterior passa a ser chamada de oldstable. Ela continua disponível e continua recebendo atualizações de segurança por um período de pelo menos mais 12 meses, quando é finalmente arquivada. Ou seja, somando o período da fase stable e oldstable, as versões do Debian são suportadas durante mais de 3 anos, o que é uma marca respeitável.

Atualmente (junho de 2008) o oldstable é o Sarge (3.1), que foi lançado em junho de 2005. A versão anterior foi o Woody (3.0), que foi lançado em julho de 2002 e arquivado apenas em janeiro de 2007, depois de quatro anos e meio de atualizações. Com o lançamento do Lenny, o Sarge será aposentado e o oldstable passará a ser o Etch.

Por ser composto por um número absurdamente grande de pacotes, baixar os CDs de instalação do Debian é uma tarefa ingrata. Você pode ver uma lista dos mirrors disponíveis no: http://www.debian.org/CD/http-ftp/.

A maioria deles são bastante rápidos. O problema é o grande número de CDs e DVDs de instalação. O set de instalação do Etch é composto por nada menos que 21 CDs (!) ou 3 DVDs.

Apesar disso, os pacotes são organizados dentro das mídias em ordem de relevância, de forma que os pacotes mais usados são colocados nos primeiros CDs. Isso permite que você instale o sistema base utilizando apenas os primeiros CDs, ou o primeiro DVD.

Mas, a minha opção favorita é o netinst, um ISO de 160 MB que contém apenas os pacotes básicos e baixa os demais pacotes selecionados durante a instalação. Ele é a opção ideal se você tem um link rápido ou pretende instalar em apenas uma máquina, já que o volume de downloads acaba sendo muito menor, sobretudo ao fazer uma instalação enxuta, uma vez que você baixa apenas os pacotes que realmente vai utilizar.

Ao dar boot pelo CD, tudo começa com o prompt inicial, onde você pode passar comandos ao instalador, ou simplesmente pressionar Enter para iniciar a instalação utilizando as opções padrão:

Você pode ver as opções e instruções de boot pressionando as teclas de F1 a F10. Por exemplo, ao instalar o sistema em uma máquina com problemas no suporte à ACPI, que façam o instalador travar ao carregar o Kernel, logo no início da instalação, você poderia usar a opção:

install noapic nolapic

Caso eventualmente a placa de vídeo não suporte frame buffer, você poderia desativá-lo, fazendo com que o instalador utilize o modo texto CGA padrão utilizando a opção:

install fb=false

Existe ainda a opção de instalar usando o novo instalador gráfico, disponível a partir do Etch. Para ativá-lo, você usaria a opção:

installgui

Dentro do instalador, use as setas e a tecla <TAB> para navegar entre as opções, <Espaço> para selecionar e <Enter> para confirmar. A primeira pergunta é sobre a linguagem. Ela é importante, pois determina toda a localização do sistema, incluindo desde as configurações regionais, até a linguagem padrão dos programas e dos arquivos de ajuda. Escolhendo o Português do Brasil, o teclado fica pré-selecionado como “br-abnt2” na opção seguinte.

Ao instalar a partir da imagem netinst, é essencial configurar a rede logo no início da instalação, do contrário o sistema não terá da onde baixar os pacotes :). Se você possui um servidor DHCP na rede, o instalador obtém as configurações automaticamente a partir dele. Se você prefere configurar a rede manualmente, use a opção “Cancelar”, disponível neste ponto, ou use a opção de boot “install netcfg/disable_dhcp=true” na tela de boot.

Veja que para utilizar a instalação via rede você precisa de uma conexão de rede local, via cabo (onde basta obter a configuração da rede via DHCP), ou mesmo via ADSL, com o modem configurado como roteador. Como o instalador não possui suporte a PPPoE, ou a placas wireless, não é possível fazer a instalação via rede se você acessa via ADSL com autenticação ou wireless. Nesse caso, a melhor opção é usar outra máquina para conectar e compartilhar a conexão, configurando o instalador para acessar através dela.

Continuando, o instalador pede que você defina um nome para a máquina e indique o domínio. Se você não utiliza um domínio na sua rede local, nem está configurando um servidor web, pode usar o “localdomain” por enquanto. Veja mais detalhes sobre a configuração do Bind no: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/servidores-dns/

Texto autoria: Carlos E. Morimoto.